Dando seguimento às nossas publicações explicando os diferentes portes de empresas, chegamos ao último modelo, as empresas de grande porte. Segundo os critérios do governo brasileiro, estabelecidos pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e outras instituições reguladoras, as empresas de grande porte são classificadas com base no número de empregados e em outros critérios financeiros. Especificamente em relação ao número de funcionários, as definições podem variar, mas geralmente são as seguintes:
– Indústria: Empresas de grande porte são aquelas que têm 500 ou mais empregados.
– Comércio e Serviços: Empresas de grande porte são aquelas que têm 100 ou mais empregados.
Os critérios financeiros que classificam empresas de grande porte podem variar dependendo da instituição e do contexto específico. No Brasil, os principais critérios financeiros são baseados no faturamento anual da empresa. Estes são os critérios utilizados por algumas das principais instituições e regulamentações:
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)
– Grande Porte: Empresas com faturamento bruto anual superior a R$ 300 milhões.
Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas (Lei Complementar 123/2006)
Embora essa lei se concentre mais em micro e pequenas empresas, ela ajuda a entender a classificação por exclusão. Empresas que ultrapassam os limites para médias empresas são consideradas de grande porte:
– Médias Empresas: Faturamento bruto anual entre R$ 4,8 milhões e R$ 300 milhões.
– Portanto, Grandes Empresas: Faturamento bruto anual superior a R$ 300 milhões.
Banco Central do Brasil
Para o Sistema Financeiro Nacional, as empresas de grande porte são geralmente definidas com base em critérios de faturamento e também em critérios qualitativos, como a relevância sistêmica e o risco de crédito.
Outros Critérios
– Ativos Totais: Algumas classificações também consideram o valor total dos ativos da empresa, embora este critério seja menos comum do que o faturamento anual.
– Capital Social: Em alguns casos, o capital social da empresa pode ser considerado, especialmente para regulamentações específicas do setor financeiro.
Esses critérios financeiros são utilizados para diversas finalidades, incluindo análise de crédito, políticas públicas, incentivos fiscais e regulamentação. Eles ajudam a diferenciar empresas de grande porte das médias, pequenas e microempresas, possibilitando a aplicação de políticas e regulamentações específicas para cada categoria. As classificações podem sofrer variações dependendo da instituição e do contexto específico, mas essas são as diretrizes gerais usadas no Brasil.
Características das empresas de grande porte:
Empresas de grande porte possuem várias características que as diferenciam de empresas de médio e pequeno porte. Estas são algumas das principais:
Estrutura Organizacional: Possuem uma estrutura organizacional complexa, com diversos níveis hierárquicos e departamentos especializados. A divisão do trabalho é bem definida, com funções e responsabilidades claramente distribuídas.
Recursos Humanos: Empregam um grande número de funcionários e tendem a contratar profissionais altamente especializados e experientes em suas respectivas áreas.
Finanças: Possuem acesso a grandes quantidades de capital, tanto próprio quanto de investidores externos. Gerenciam fluxos de caixa significativos, com receitas e despesas altas. Realizam investimentos substanciais em pesquisa e desenvolvimento, expansão e tecnologia.
Operações: Operam em larga escala, produzindo bens ou serviços em grandes quantidades. Usam tecnologias avançadas e automação para otimizar processos produtivos e aumentar a eficiência.
Mercado: Muitas vezes têm presença nacional ou internacional, com operações em vários países. Possuem uma significativa participação de mercado em seus setores, influenciando preços e tendências.
Governança Corporativa: São governadas por um conselho de administração, que supervisiona as principais decisões estratégicas. Adotam práticas rigorosas de governança e transparência, muitas vezes sendo obrigadas a divulgar informações financeiras e operacionais ao público.
Regulação: Devem cumprir com uma ampla gama de regulamentações e normas, tanto locais quanto internacionais. Passam por auditorias regulares para garantir a conformidade com as leis e regulamentos vigentes.
Tecnologias e Inovação: Investem pesado em pesquisa e desenvolvimento para manter-se competitivas e inovadoras. Utilizam tecnologias de ponta para melhorar processos, produtos e serviços.
Essas características permitem que empresas de grande porte sejam resilientes, eficientes e competitivas em um mercado globalizado.
Empresas de grande porte são sempre lucrativas?
Entretanto, empresas de grande porte não são sempre lucrativas. O tamanho de uma empresa, em termos de número de funcionários ou faturamento anual, não garante necessariamente a lucratividade. Diversos fatores podem influenciar a lucratividade de uma empresa, independentemente do seu porte, entre eles: má gestão, estratégias de negócio mal definidas ou mal executadas, condições de mercado, altos custos operacionais, custos associados ao cumprimento de regulamentações e legislações.
Exemplos de Empresas de Grande Porte com Problemas de Lucratividade
- General Motors: Enfrentou problemas financeiros significativos durante a crise financeira de 2008 e precisou de um resgate do governo dos EUA.
- Toshiba: Passou por dificuldades financeiras devido a escândalos contábeis e perdas em suas operações nucleares.
- Kodak: Apesar de ser uma gigante no setor de fotografia, a empresa não conseguiu se adaptar à era digital, resultando em falência em 2012.
Portanto, ser uma empresa de grande porte não é garantia de lucratividade. A capacidade de se manter lucrativa depende de uma combinação de boa gestão, estratégias eficazes, controle de custos e adaptação às mudanças do mercado e da economia. Quer saber mais? Entre em contato com um de nossos consultores!